Foto: www.luziania.go.gov.br  
                    
                  LUZIÂNIA  - GOIÁS  
                    01-01-1995  
                    
                  Uma  visita a Luziânia, cidade goiana que vem crescendo 
                    muito nos últimos anos. 
                    Um crescimento um tanto desordenado, sem um projeto urbano bem definido, que  pouco respeita sua aparência colonial. 
                    Uma arquitetura improvisada, obras grandes — terminal rodoviário, feira livre,  ginásio de esportes, estádio — de linhas modernosas e de difícil conservação. 
                    A avenida que vem da BR-040 até o centro transformou-se em um empório  comercial, feio e próspero. Lá embaixo, na praça principal, resta apenas o  tronco mutilado da multicentenária árvore. Há quem fale em mais de duzentos  anos. Uma  figueira? 
                    Lá eu estive, debaixo de uma fronde generosa, em 1976.  Chegara à cidade de ônibus. A rodovia não  havia sido ainda duplicada e eram incipientes os loteamentos no munícipio.  
                    Por certo, as ruas, em sua maioria, nem eram calçadas. 
                    A aparência era mesmo interiorana e colonial, pacata.  
                   
                    A garotada de Brasília ia para pescar “namoradas”, para desespero dos jovens da  localidade. Elas preferiam os brasilienses...  
                    Lá encontrei o Romero e seu primo (como se chamava?) e a ele dediquei  uma simpática crônica — Romero em Romaria romântica — que saiu publicada  num jornal de Teresina, Piauí.   Acabamos na única discoteca da cidade, onde  dançamos com as meninas. 
                    Uma delas disse que estava estudando e queria saber se eu estava (também)  fazendo o supletivo... Disse que já havia feito — não menti —, mas não contei  que eu já tinha um mestrado conquistado na Inglaterra.  
                    Hoje, Luziânia parece mais perto de Brasília, mercê do desenvolvimento urbano —  como a Cidade Ocidental, a Cidade Osfaya, Valparaiso, Santa Maria,  Candangolândia,  que está transformando  tudo numa conurbação  
                    suburbana. 
   
                    Mas gostamos das mudanças, das casas luxuosas, das novas avenidas e sobretudo  da praça das Três Bicas, uma espécie de oásis, com sua profusa vegetação e o  barzinho que congrega a moçada. Valeu. 
                    Plantada pelo bandeirante Antonio Bueno de Azevedo em fins de 1746, na rota do  ouro e das gemas, agora está perdendo um tanto de sua insularidade. E luta para  manter sua cultura goiana face à maioria nordestina de sua população. 
                
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